ENCONTRANDO-SE
Deus, abençoe nosso coração para que possamos sempre ser dignos de ter nele Amor e Luz.
Dê a nós olhos de ver e compreender os acontecimentos para que possamos aceitar a vida, aprender as lições e ainda assim, continuar lutando, para que nossa sensibilidade não se perca.
Dê a nós poder de resgatar nossos sonhos e nossas forças, forças estas que tantas vezes dividimos ou deixamos ser tomadas por banalidades.
Que possamos brilhar muito e clarear nosso caminho e dos outros seres.
Que nossa voz possa falar coerentemente das coisas da alma, e nosso coração possa senti-las, pois sem sensibilidade não há arte, e sem arte não há vida.
Criador, mesmo que nosso coração se fira não permita que a esperança fuja de nosso alcance, e principalmente não permita que percamos nosso amor próprio.
Pai Celeste, que possamos ter por nós tanto carinho e respeito que a dor não seja nada diante desta alegria de querer-se bem.
Que possamos aceitar nossos limites, lutar por vencê-los e respeitar nossa maneira de lidar com o medo.
Dê-nos a coragem de ir além, intuição para podermos sentir os perigos e muita garra para fazer o nosso caminho ter muitas saídas e descobertas mágicas.
Que possamos compreender que a vida é escolha e que o Universo é nosso objetivo.
Criador, um dia teremos a sensibilidade e a simplicidade para entender sua obra, pois somos livres pra decidir o momento destas descobertas.
Que nosso sorriso seja nosso farol e que sua presença possa ser sentida em toda nossa jornada.
Obrigada por termos, além de tudo o que já temos, um Anjo da Guarda e amigos espirituais do bem!
Obrigada pela magia de estar viva e lúcida.
Curitiba-1999
Lucélia Martins
domingo, 27 de abril de 2008
sexta-feira, 25 de abril de 2008
CRÔNICAS DE CONSUMIDOR
Eu lembro que quando criança, minha mãe torrava café no quintal de casa.
Nós, os filhos, ficávamos impressionados com o trabalho que dava para fazer o tal do café de toda manhã.
Primeiro ela ajeitava uns tijolos fazendo uma paredinha em “L”, com altura aproximada de 50 cm do chão, depois nos fazia procurar gravetos e pedaços de pau para queimar.
Era uma trabalheira danada, não vou contar da parte em que secávamos o café em grão para não prolongar muito esta história.
Depois de tudo pronto vinha ela com o torrador, aquela coisa esquisita, parecia uma bola preta enfaixada. O cabo, meio estranho, tinha uma parte fixa e outra era para movimentar em sentido horário, fazendo os grãos girarem e se misturarem lá dentro daquele apetrecho. Depois de ela suar um monte e abrir centenas de vezes aquela bola (eu esqueci de dizer que a tal bola tinha uma abertura lateral em forma de círculo que servia para colocar os grãos lá dentro e para espiar) para ver o ponto do café. Ela gostava de café forte, por isso deixava o grão ficar mais escuro.
Bem, toda esta história foi pra tentar explicar que enquanto o torrador girava, ia saindo fumaça branca da bola preta, e o cheiro era tão maravilhoso que nós não conseguíamos sair de perto, mesmo com os berros que ela dava para nos afastarmos do fogo.
Então, isso tudo só serve para lembrar que a infância fica cada vez mais longe, e que os cafés que tenho comprado também estão longe de serem puros e saborosos como aquele.
Pela manhã a primeira coisa que faço, depois de outras é claro, é fazer o café nosso de cada dia, ou poderia dizer a primeira decepção do dia. Posso fazer de trezentas maneiras diferentes, com “trocentas” marcas, ele fica sem sabor. Putz, que droga!!!!
Abri uma caixa estes dias que estava escrito “Tradicional” como chamada de marketing, acho que se referiam a tradição destas empresas em fazer café sem gosto e cheiro, só pode!!! Também penso que estes fabricantes só entendem de tradição em exportação dos cafés saborosos e cheirosos. Exportam junto nossa dignidade e nossa memória de infância. Que chato! Por esse motivo gostaria de incentivar os produtores a continuarem com a venda em feiras do nosso maravilhoso café da infância, aproveito para deixar a eles meu muito obrigado por isso. Valeu!!!
LM
Curitiba, 04/04/2008
Nós, os filhos, ficávamos impressionados com o trabalho que dava para fazer o tal do café de toda manhã.
Primeiro ela ajeitava uns tijolos fazendo uma paredinha em “L”, com altura aproximada de 50 cm do chão, depois nos fazia procurar gravetos e pedaços de pau para queimar.
Era uma trabalheira danada, não vou contar da parte em que secávamos o café em grão para não prolongar muito esta história.
Depois de tudo pronto vinha ela com o torrador, aquela coisa esquisita, parecia uma bola preta enfaixada. O cabo, meio estranho, tinha uma parte fixa e outra era para movimentar em sentido horário, fazendo os grãos girarem e se misturarem lá dentro daquele apetrecho. Depois de ela suar um monte e abrir centenas de vezes aquela bola (eu esqueci de dizer que a tal bola tinha uma abertura lateral em forma de círculo que servia para colocar os grãos lá dentro e para espiar) para ver o ponto do café. Ela gostava de café forte, por isso deixava o grão ficar mais escuro.
Bem, toda esta história foi pra tentar explicar que enquanto o torrador girava, ia saindo fumaça branca da bola preta, e o cheiro era tão maravilhoso que nós não conseguíamos sair de perto, mesmo com os berros que ela dava para nos afastarmos do fogo.
Então, isso tudo só serve para lembrar que a infância fica cada vez mais longe, e que os cafés que tenho comprado também estão longe de serem puros e saborosos como aquele.
Pela manhã a primeira coisa que faço, depois de outras é claro, é fazer o café nosso de cada dia, ou poderia dizer a primeira decepção do dia. Posso fazer de trezentas maneiras diferentes, com “trocentas” marcas, ele fica sem sabor. Putz, que droga!!!!
Abri uma caixa estes dias que estava escrito “Tradicional” como chamada de marketing, acho que se referiam a tradição destas empresas em fazer café sem gosto e cheiro, só pode!!! Também penso que estes fabricantes só entendem de tradição em exportação dos cafés saborosos e cheirosos. Exportam junto nossa dignidade e nossa memória de infância. Que chato! Por esse motivo gostaria de incentivar os produtores a continuarem com a venda em feiras do nosso maravilhoso café da infância, aproveito para deixar a eles meu muito obrigado por isso. Valeu!!!
LM
Curitiba, 04/04/2008
CRÔNICAS DE CONSUMIDOR
Sabe aqueles dias em que vc (ops, msn) sai do trabalho e pega aquele trânsito Infernal? Então, hoje foi assim.
Mas o assunto não é sobre trânsito, é sobre banho. Pois é, estou indignada. Eu cheguei a minha casa louca por um banho quente, e adivinha!!!! A m... do sabonete era esfoliante!!! Aquilo parece querer arrancar o resto de dignidade que sobrou do dia, a pele fica vermelha e o humor também.
Acho que os masoquistas devem adorar esses sabonetes, e devem pedir pra algum sádico esfregar suas costas. Tudo bem, fantasias sexuais a parte, mas não é sempre que estamos a fim de tirar nossa pele.
Tem uma marca, fabricante destes sabonetes, que trazem na embalagem uma castanha de caju. Gente corra deste produto, ele parece tão bonito, mas vem com uma lixa 100 embutida, é pior que buchinha de lavar o rosto. Sabe aquelas redondinhas, modelinho buchinha de aço? Aquilo finca na pele, é horrível! Juro pra vocês, não estava escrito ao lado das castanhas, ou em outro lugar qualquer que o produto era perfurante, muito menos a classificação da brita usada na fabricação, rs.
LM
Curitiba, 03/04/2008
Mas o assunto não é sobre trânsito, é sobre banho. Pois é, estou indignada. Eu cheguei a minha casa louca por um banho quente, e adivinha!!!! A m... do sabonete era esfoliante!!! Aquilo parece querer arrancar o resto de dignidade que sobrou do dia, a pele fica vermelha e o humor também.
Acho que os masoquistas devem adorar esses sabonetes, e devem pedir pra algum sádico esfregar suas costas. Tudo bem, fantasias sexuais a parte, mas não é sempre que estamos a fim de tirar nossa pele.
Tem uma marca, fabricante destes sabonetes, que trazem na embalagem uma castanha de caju. Gente corra deste produto, ele parece tão bonito, mas vem com uma lixa 100 embutida, é pior que buchinha de lavar o rosto. Sabe aquelas redondinhas, modelinho buchinha de aço? Aquilo finca na pele, é horrível! Juro pra vocês, não estava escrito ao lado das castanhas, ou em outro lugar qualquer que o produto era perfurante, muito menos a classificação da brita usada na fabricação, rs.
LM
Curitiba, 03/04/2008
segunda-feira, 24 de março de 2008
Mídia
Da mídia restou a massa
A que passa pelo corpo estendido e nada sente.
Não há pertence, ente, só ausência de sentimentos.
Da mídia restou o fato, ato disforme conforme descrevem.
Em no's restou o niilismo, apatismo, conformismo
e ouvidos moucos para os gritos de socorro saídos de no's.
Lucelia M
A que passa pelo corpo estendido e nada sente.
Não há pertence, ente, só ausência de sentimentos.
Da mídia restou o fato, ato disforme conforme descrevem.
Em no's restou o niilismo, apatismo, conformismo
e ouvidos moucos para os gritos de socorro saídos de no's.
Lucelia M
segunda-feira, 10 de março de 2008
Tiras
“Farei hoje tuas malas.
Nelas colocarei todas as minhas mentiras a respeito de como você
Tornar-se-ia alguém digno de mim.
Depois conversarei comigo sobre ser independente e forte.”
LM
Nelas colocarei todas as minhas mentiras a respeito de como você
Tornar-se-ia alguém digno de mim.
Depois conversarei comigo sobre ser independente e forte.”
LM
Invasao de mim ll
Quanto a você?
Sua saudade invade sim...
Com dizeres,
Prazeres, espasmos,
Fotografias de emoções...
Estes, e tantos outros motivos,
São seus, unicamente seus.
Quisera pudesse misturá-los a outros nomes,
Outros feitos,
Mas, são tão inigualáveis!
Só me resta respeitar sua fome,
Seus gestos e seu nome barbarizando minha ordem.
Quanto a mim?...
Tenho visto meus esforços torturados,
Massacrados por você.
Luce'lia M
Sua saudade invade sim...
Com dizeres,
Prazeres, espasmos,
Fotografias de emoções...
Estes, e tantos outros motivos,
São seus, unicamente seus.
Quisera pudesse misturá-los a outros nomes,
Outros feitos,
Mas, são tão inigualáveis!
Só me resta respeitar sua fome,
Seus gestos e seu nome barbarizando minha ordem.
Quanto a mim?...
Tenho visto meus esforços torturados,
Massacrados por você.
Luce'lia M
Minorar
Quando seu rosto calmamente encosta o meu,
Perco a noção do ríspido de mim.
Quanta suavidade há nesta sua pele .
Quanta saudade neste seu olhar amendoado.
Mesmo que eu finja,
Não acredite se eu disser que me és indiferente.
Jamais deve acreditar que não a amo,
Que não lhe chamo durante o sono, onde posso ser só de você.
Luce'lia M
Perco a noção do ríspido de mim.
Quanta suavidade há nesta sua pele .
Quanta saudade neste seu olhar amendoado.
Mesmo que eu finja,
Não acredite se eu disser que me és indiferente.
Jamais deve acreditar que não a amo,
Que não lhe chamo durante o sono, onde posso ser só de você.
Luce'lia M
`As vezes
Para que saber o que houve?
Meus olhos ainda estão abertos
E lá fora o dia congela tudo,
Até meu parecer sobre este momento.
Sei que sou forte, pois ainda vivo
Na sociedade de tantos poetas mortos,
Morro às vezes, mas, e daí?
Lázaro, também, já foi um dia
Um morto de sorte!
Tenho visto tantas coisas,
Todas desalinhadas de mim.
Tenho sempre a impressão
De estar voltando
Para aprender o sumo das coisas
Que já descasquei e suguei.
Passo os dias esperando
A paciência retornar do além,
Jogada de lá, quem sabe
Pelo coração da egrégora, compadecida de nós
“Os sem lugar na bolinha da skol”.
Minha alma, às vezes, chora,
Mas meus olhos se recusam acompanhá-la,
Afinal quem ela pensa que é,
Pra tirar de mim
Esses momentos de saudades de um lugar
Que não me lembro como é,
Só imagino?
Eu não digo a minh’alma,
Mas às vezes, muito às vezes,
Me dou o luxo de chorar
Um luxo passageiro
Só pra que meu coração
Não se esqueça
Que eu ainda sei quem sou.
Os verbos são complicados,
Nem sempre se fazem carne
Para nos tirar da estranheza
De sentir-se lúcido.
Até acho que tudo pode ser uma grande brincadeira,
Daquelas que você fica pensando, depois,
Que podia ter rido mais da tal situação.
Ainda, se não bastasse, fizeram
Uma maneira de cobrar a entrada para a festa,
E, se você não pode ir, só fica sabendo
Às vezes, de algum detalhe mal contado,
Que um idiota qualquer resolve comentar.
Mas um idiota jamais fará jus
Aos nossos olhos curiosos e seletivos de águia
A caçar ou cassar.
Já fui buscar tão longe as justificativas
Para essa seqüência de desarmonias que observo.
Alguns dizem
Que os pobres herdarão a terra,
Deve ser por isso
Que estão “ferrando” com ela.
Outros, com mais democracia, dizem
Que vivemos várias vezes,
Portando tentam explicar as diferenças
De maneira a querer nos consolar
Através de algo que já tenhamos passado,
E daí, se não me lembro?
E, com isso, tentam dizer
Que um pouco da culpa deve ser nossa.
Enfim,
Estar consciente, às vezes
Pega a gente de surpresa,
Querendo correr pra um lugar
Onde a passagem tem o valor de coisas
Que não temos acesso, só convulsões.
Às vezes ( uma dezena de vezes por dia),
Me pego pensando
Onde esta a abertura ( a fenda )?
Os alquimistas dizem que sabem,
Acho que não,
Afinal, eles ainda estão por aí...
“Tem dias que a gente sente
Como quem partiu ou morreu...
Mas eis que chega a roda viva”
E carrega tudo...
Até os mais avisados...
Autoria: Luce'lia Martins-2003
Meus olhos ainda estão abertos
E lá fora o dia congela tudo,
Até meu parecer sobre este momento.
Sei que sou forte, pois ainda vivo
Na sociedade de tantos poetas mortos,
Morro às vezes, mas, e daí?
Lázaro, também, já foi um dia
Um morto de sorte!
Tenho visto tantas coisas,
Todas desalinhadas de mim.
Tenho sempre a impressão
De estar voltando
Para aprender o sumo das coisas
Que já descasquei e suguei.
Passo os dias esperando
A paciência retornar do além,
Jogada de lá, quem sabe
Pelo coração da egrégora, compadecida de nós
“Os sem lugar na bolinha da skol”.
Minha alma, às vezes, chora,
Mas meus olhos se recusam acompanhá-la,
Afinal quem ela pensa que é,
Pra tirar de mim
Esses momentos de saudades de um lugar
Que não me lembro como é,
Só imagino?
Eu não digo a minh’alma,
Mas às vezes, muito às vezes,
Me dou o luxo de chorar
Um luxo passageiro
Só pra que meu coração
Não se esqueça
Que eu ainda sei quem sou.
Os verbos são complicados,
Nem sempre se fazem carne
Para nos tirar da estranheza
De sentir-se lúcido.
Até acho que tudo pode ser uma grande brincadeira,
Daquelas que você fica pensando, depois,
Que podia ter rido mais da tal situação.
Ainda, se não bastasse, fizeram
Uma maneira de cobrar a entrada para a festa,
E, se você não pode ir, só fica sabendo
Às vezes, de algum detalhe mal contado,
Que um idiota qualquer resolve comentar.
Mas um idiota jamais fará jus
Aos nossos olhos curiosos e seletivos de águia
A caçar ou cassar.
Já fui buscar tão longe as justificativas
Para essa seqüência de desarmonias que observo.
Alguns dizem
Que os pobres herdarão a terra,
Deve ser por isso
Que estão “ferrando” com ela.
Outros, com mais democracia, dizem
Que vivemos várias vezes,
Portando tentam explicar as diferenças
De maneira a querer nos consolar
Através de algo que já tenhamos passado,
E daí, se não me lembro?
E, com isso, tentam dizer
Que um pouco da culpa deve ser nossa.
Enfim,
Estar consciente, às vezes
Pega a gente de surpresa,
Querendo correr pra um lugar
Onde a passagem tem o valor de coisas
Que não temos acesso, só convulsões.
Às vezes ( uma dezena de vezes por dia),
Me pego pensando
Onde esta a abertura ( a fenda )?
Os alquimistas dizem que sabem,
Acho que não,
Afinal, eles ainda estão por aí...
“Tem dias que a gente sente
Como quem partiu ou morreu...
Mas eis que chega a roda viva”
E carrega tudo...
Até os mais avisados...
Autoria: Luce'lia Martins-2003
Estar
Isso, de nós,
É algo muito abstrato,
Pois já a fiz sozinha tantas vezes.
Até morei em outros lugares e você não notou.
Mas sei que sempre que estou a seu lado,
Você sabe que algo diferente e mágico vai acontecer.
Sou assim,
Não sei morar de fato,
É que meu corpo, `as vezes,
Não acompanha meu coração.
Azar o dele!
Autoria: Luce'lia Martins-2003
É algo muito abstrato,
Pois já a fiz sozinha tantas vezes.
Até morei em outros lugares e você não notou.
Mas sei que sempre que estou a seu lado,
Você sabe que algo diferente e mágico vai acontecer.
Sou assim,
Não sei morar de fato,
É que meu corpo, `as vezes,
Não acompanha meu coração.
Azar o dele!
Autoria: Luce'lia Martins-2003
Terapia
Paguei pra alguém te tirar de mim.
Acho que foi caro!
Agora tudo que me resta
É um pensar frio de você,
Já não sinto meus punhos esquentarem,
Nem meus olhos ficarem perdidos...
Só sinto minha consciência gélida,
Acreditando que aquilo não foi amor.
Paguei pra alguém me deixar hipócrita,
Ou quem sabe, esclerosado.
Autoria: Luce'lia Martins-2003
Acho que foi caro!
Agora tudo que me resta
É um pensar frio de você,
Já não sinto meus punhos esquentarem,
Nem meus olhos ficarem perdidos...
Só sinto minha consciência gélida,
Acreditando que aquilo não foi amor.
Paguei pra alguém me deixar hipócrita,
Ou quem sabe, esclerosado.
Autoria: Luce'lia Martins-2003
Dezembros
Casar-se, moldar-se e parir
Esquecer de si
Esquecer da arte, da parte crítica e política do sim
Ela paria e se diminuía ... cada dia mais;
Em cada filho seu tempo de se expressar era sorvido, substituído,
Corrompido por esta função, cravada na alma com conceitos de outrem.
Estupravam sua mente, sua arte eloqüente,
Negada, estagnada...,morta e cética...
Se ao menos a deixassem pintar, criar (além de filhos), cantar... compor-se.
Seus olhos foram ficando cinza! E no seu sétimo filho sua esperança era menor
Que sua capacidade de educar, proteger...amar
Já não era tão vaidosa em seus trinta quilos extras;
Sandálias havaianas nos pés, calcanhares rachados e cansados de carregar os outros.
E agora! Como poderá ser ela, mãe? Ser algo.. coisa qualquer... mulher!?
O quê será de nós, seus paridos, seus famintos de presença? O quê será?
Vez ou outra aquela nuvem pesada saía de seus olhos;
Então ela sorvia um pouco de decência, oxigênio, ego do charque.
Aí ela cantava... sempre canções antigas (do tempo em que era viva),
Depois sorria e vinha buscar seus rebentos.
Como era triste ter consciência de sua morte, de sua sorte, da arte esquecida;
De seus anseios sugados dos seios pelos seus filhos... Seios murchos,
Tão murchos quanto a tentativa que fez de ser feliz!
Autoria: Luce'lia Martins -2004
Esquecer de si
Esquecer da arte, da parte crítica e política do sim
Ela paria e se diminuía ... cada dia mais;
Em cada filho seu tempo de se expressar era sorvido, substituído,
Corrompido por esta função, cravada na alma com conceitos de outrem.
Estupravam sua mente, sua arte eloqüente,
Negada, estagnada...,morta e cética...
Se ao menos a deixassem pintar, criar (além de filhos), cantar... compor-se.
Seus olhos foram ficando cinza! E no seu sétimo filho sua esperança era menor
Que sua capacidade de educar, proteger...amar
Já não era tão vaidosa em seus trinta quilos extras;
Sandálias havaianas nos pés, calcanhares rachados e cansados de carregar os outros.
E agora! Como poderá ser ela, mãe? Ser algo.. coisa qualquer... mulher!?
O quê será de nós, seus paridos, seus famintos de presença? O quê será?
Vez ou outra aquela nuvem pesada saía de seus olhos;
Então ela sorvia um pouco de decência, oxigênio, ego do charque.
Aí ela cantava... sempre canções antigas (do tempo em que era viva),
Depois sorria e vinha buscar seus rebentos.
Como era triste ter consciência de sua morte, de sua sorte, da arte esquecida;
De seus anseios sugados dos seios pelos seus filhos... Seios murchos,
Tão murchos quanto a tentativa que fez de ser feliz!
Autoria: Luce'lia Martins -2004
Tecendo
Já lhe disse tantas coisas... mentiras, verdades
Loucuras. Já lhe perguntei tantas respostas...
E das propostas que lhe fiz, tantas valeram
Só por tê-las formulado com prazer.
Fiz com que sonhasse, só não consegui acordá-la,
Pois eu mesma não despertei.
Impeço o impulso com o repulso de uma vontade
Quase Instintiva.
Às vezes pergunto se sinto-me viva, sufocando o
Que há em mim.
Questiono porque fujo, ou porque não.
A verdade é que sua saudade é parecida com maldade,
E que sua presença corta, mais cicatriza a todo momento,
Só as vezes infecciona... e este antibiótico idiótico.
Parece mesmo homeopático (talvez funcione, mas
demora como um cio, desses que deixa tudo por um
fio da teia de nossa aranha)
Então tudo bem!? Viver é preciso.
Tecer é permitido, mas só para quem sabe...
Esquecer faz parte, pra quem tem esclerose
Múltipla;
Múltipla amnésia, múltipla teimosia
Múltipla falta de falta, múltipla apatia.
E tudo passa, pra quem não tem o fato, olfato, tato
E olhos verdes de ver.
Há tempo, tempo melhor remédio, pra quem não
Tem tédio e impaciência.
Enfim tudo se escreve, para quem sabe um dia... Amanheça!
Autoria: Luce'lia Martins
Loucuras. Já lhe perguntei tantas respostas...
E das propostas que lhe fiz, tantas valeram
Só por tê-las formulado com prazer.
Fiz com que sonhasse, só não consegui acordá-la,
Pois eu mesma não despertei.
Impeço o impulso com o repulso de uma vontade
Quase Instintiva.
Às vezes pergunto se sinto-me viva, sufocando o
Que há em mim.
Questiono porque fujo, ou porque não.
A verdade é que sua saudade é parecida com maldade,
E que sua presença corta, mais cicatriza a todo momento,
Só as vezes infecciona... e este antibiótico idiótico.
Parece mesmo homeopático (talvez funcione, mas
demora como um cio, desses que deixa tudo por um
fio da teia de nossa aranha)
Então tudo bem!? Viver é preciso.
Tecer é permitido, mas só para quem sabe...
Esquecer faz parte, pra quem tem esclerose
Múltipla;
Múltipla amnésia, múltipla teimosia
Múltipla falta de falta, múltipla apatia.
E tudo passa, pra quem não tem o fato, olfato, tato
E olhos verdes de ver.
Há tempo, tempo melhor remédio, pra quem não
Tem tédio e impaciência.
Enfim tudo se escreve, para quem sabe um dia... Amanheça!
Autoria: Luce'lia Martins
Transpor
A poesia escorre, molha o papel com sua tinta lilás.
Deixo à espreita o que de sentimento expresso, puro e cru
feito linho escasso, naturalmente como Picasso...
Passo horas a pensar o que de mim escondo.
Onde moro realmente? Na exaustiva realidade, ou no paradisíaco
Mar do inconsciente?
Jaz os planos, quiçá fosse a vida um resumo consumido do
Que foi lido e lindo, ou a sensação do cheiro da madrugada
E sua brisa , a penetrar narinas e corpos soltos, buscando amarras,
Acertos, oásis e febris emoções....
Aautoria: Luce'lia Martins
Deixo à espreita o que de sentimento expresso, puro e cru
feito linho escasso, naturalmente como Picasso...
Passo horas a pensar o que de mim escondo.
Onde moro realmente? Na exaustiva realidade, ou no paradisíaco
Mar do inconsciente?
Jaz os planos, quiçá fosse a vida um resumo consumido do
Que foi lido e lindo, ou a sensação do cheiro da madrugada
E sua brisa , a penetrar narinas e corpos soltos, buscando amarras,
Acertos, oásis e febris emoções....
Aautoria: Luce'lia Martins
Mitose
Já fui parte de tantos,
Tantas gentes,
Tantos monstros,
Tantas partes do louco
Que havia no outro...
Procuro o meu,
Separado do seu,
E é tão frenética
A angústia de encontrar comigo,
Que, às vezes, corro,
Passo por mim e
Não me vejo.
Que ironia!
Já não me reconheço
No meio de tantos
Tão perdidos quanto eu...
Autiria: Luce'lia Martins
Tantas gentes,
Tantos monstros,
Tantas partes do louco
Que havia no outro...
Procuro o meu,
Separado do seu,
E é tão frenética
A angústia de encontrar comigo,
Que, às vezes, corro,
Passo por mim e
Não me vejo.
Que ironia!
Já não me reconheço
No meio de tantos
Tão perdidos quanto eu...
Autiria: Luce'lia Martins
Meiose
Sinto-me um meio...
Núcleo confuso e disperso...
Não quero ser você,
Já ser algo se faz preciso,
Mesmo que não queira,
Se constrói a fórmula.
Fazer-se presente,
Às vezes,
É tão ingrato
Quanto a tua ausência de sentimento...
Passo e repasso as poesias,
Sem que com isto consiga responder
As tantas perguntas que fiz,
Como por exemplo:
Quem eu penso que és,
Para preencher em mim
O restante que falta
Do maravilhoso que fiz?
07/2000
Autoria Luce'lia Martins
Núcleo confuso e disperso...
Não quero ser você,
Já ser algo se faz preciso,
Mesmo que não queira,
Se constrói a fórmula.
Fazer-se presente,
Às vezes,
É tão ingrato
Quanto a tua ausência de sentimento...
Passo e repasso as poesias,
Sem que com isto consiga responder
As tantas perguntas que fiz,
Como por exemplo:
Quem eu penso que és,
Para preencher em mim
O restante que falta
Do maravilhoso que fiz?
07/2000
Autoria Luce'lia Martins
sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008
Poesia
Laurel
Ficamos assim calados diante do absoluto;
Ele a nos olhar,
Não compreende o porquê
Deixamos de lutar por ele.
Já faz tanto, e tempo nem se fala,
Que meu coração se cala diante
Dos pensamentos. Eu só queria amar com
A simplicidade dos deuses...
Nem sei se a
Expressão é pura ou se me segura os punhos,
Como cordas de tristeza e decepção
A enrolar minha poesia ...
Basta calar a boca,
Os olhos deixar vagar por entre o banal e o desprezo
Não posso crer que a felicidade
É ilusão pros justos...
Seria então acaso tanta indiferença pela vida?
Se calo, morro aos poucos,
Se falo, sinto-me só.
Expressando é que percebo
O quanto estou difusa de toda a multidão.
Mas, às vezes, creio que mesmo distante
Eu prefiro tê-la, ela, a ilusão,
De que um dia encontrarei,
Em meio aos rostos confusos das vias , um olhar
Lúcido, esquecido, esperando por mim ...
Autoria
Luce'lia M
Ficamos assim calados diante do absoluto;
Ele a nos olhar,
Não compreende o porquê
Deixamos de lutar por ele.
Já faz tanto, e tempo nem se fala,
Que meu coração se cala diante
Dos pensamentos. Eu só queria amar com
A simplicidade dos deuses...
Nem sei se a
Expressão é pura ou se me segura os punhos,
Como cordas de tristeza e decepção
A enrolar minha poesia ...
Basta calar a boca,
Os olhos deixar vagar por entre o banal e o desprezo
Não posso crer que a felicidade
É ilusão pros justos...
Seria então acaso tanta indiferença pela vida?
Se calo, morro aos poucos,
Se falo, sinto-me só.
Expressando é que percebo
O quanto estou difusa de toda a multidão.
Mas, às vezes, creio que mesmo distante
Eu prefiro tê-la, ela, a ilusão,
De que um dia encontrarei,
Em meio aos rostos confusos das vias , um olhar
Lúcido, esquecido, esperando por mim ...
Autoria
Luce'lia M
Poesia
Fotossíntese
Quando observo a vida respirar
Por todos os poros, emociono-me
Há dias que o sol parece
Morar dentro do espírito.
Então tudo é realidade, até
Mesmo o mais absurdo desejo,
Acreditar que alguém pode ser
A outra face de nós.
Tudo são momentos em diferentes
Estados de vibração,
E sempre passa,
Só a sede de aprendizado é que parece
Latente, presente, indiciplinadamente forte!
CTBA, 03/2002
Autora: Lucélia M
Quando observo a vida respirar
Por todos os poros, emociono-me
Há dias que o sol parece
Morar dentro do espírito.
Então tudo é realidade, até
Mesmo o mais absurdo desejo,
Acreditar que alguém pode ser
A outra face de nós.
Tudo são momentos em diferentes
Estados de vibração,
E sempre passa,
Só a sede de aprendizado é que parece
Latente, presente, indiciplinadamente forte!
CTBA, 03/2002
Autora: Lucélia M
Poesia
Metalinguagem
Meu amor, no minuto seguinte que te deixei,
Já havia me arrependido.
Tua saudade cortava minhas cordas vocais
E meus olhos buscavam os teus.
Mas meu orgulho de poeta era tanto,
Que enrolei meu pranto em um poema seco e estéril,
Daqueles que se escreve pra rasgar ao término.
Agora já passado tanto tempo, exorcizo a saudade e seu signo.
A lâmina corta e o orgulho cura, como se orgulho
Fosse remédio pra quem só amou uma vez.
Autor
Luce'lia M
Meu amor, no minuto seguinte que te deixei,
Já havia me arrependido.
Tua saudade cortava minhas cordas vocais
E meus olhos buscavam os teus.
Mas meu orgulho de poeta era tanto,
Que enrolei meu pranto em um poema seco e estéril,
Daqueles que se escreve pra rasgar ao término.
Agora já passado tanto tempo, exorcizo a saudade e seu signo.
A lâmina corta e o orgulho cura, como se orgulho
Fosse remédio pra quem só amou uma vez.
Autor
Luce'lia M
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